A metodologia usada no Vermont é a Abordagem Comunicativa. Isso significa trabalhar a língua dentro de contextos reais para que o aluno transite em língua inglesa com a mesma naturalidade e fluência com que ele faz na língua nativa, seja ouvindo, falando, lendo ou escrevendo. Isso, sempre que possível, de uma forma descontraída, para garantir a motivação e promover o aprendizado.

A Abordagem Comunicativa para o ensino de Línguas originou-se no início da década de 60 na Inglaterra, quando, após a criação do Mercado Comum Europeu, a necessidade de se falar inglês no continente europeu aumentou vertiginosamente. Foi também, ao mesmo tempo, um movimento em reação ao estruturalismo (estudo das formas da língua, de sua estrutura gramatical) e do behaviorismo (reflexos condicionados moldando o comportamento).

O audiolingualismo, que deu forma aos métodos audio-orais e audiovisuais baseados em repetição mecânica, que surgiram na década de 50, foi um resultado da combinação do estruturalismo na linguística e do behaviorismo na psicologia educacional. A abordagem comunicativa se desenvolveu, então, inspirada nas novas teorias linguísticas de Noam Chomsky e nas teorias originais de psicologia cognitiva tanto de Jean Piaget quanto de Chomsky. Foi motivada pela crescente demanda por métodos mais eficientes de ensino de língua, surgindo como um viés diferenciado do audiolingualismo.

A Abordagem Comunicativa se caracteriza por ter o foco no sentido, no significado e na interação propositada entre os sujeitos que estão aprendendo uma nova língua.

Este método propõe uma abordagem da Língua não através da gramática propriamente dita, mas organiza as experiências de aprender em termos de atividades de real interesse ou necessidade do aluno, como ir ao supermercado, falar ao telefone, fazer um pedido em um restaurante, etc. O aluno pratica a Língua em situações reais de comunicação através da contextualização, construindo um significado. Dessa forma, ele se capacita a usar a língua-alvo para realizar ações autênticas na interação com outros falantes-usuários dessa língua.

A Abordagem Comunicativa focaliza o ensino de Línguas na comunicação. Ensinar ao aluno uma Língua estrangeira, nessa abordagem, significa levar o aluno a adquirir uma competência de comunicação. Essa competência comunicativa está diretamente relacionada aos conceitos de funções de linguagem desenvolvidos pelo linguista britânico Michael Halliday. Para Halliday, é através do contexto da situação que se percebe para qual função serve a estrutura gramatical. As funções são: pedidos, comandos, descrições, relatos, entre outras. Competência comunicativa passa ser o objetivo, em vez do acúmulo de conhecimento gramatical ou da estocagem de formas memorizadas.

A Abordagem Comunicativa proporciona familiarização, intensificação das próprias experiências pessoais do aluno, construção e aquisição de habilidades comunicativas através de interação humana, de situações reais de comunicação em ambientes multiculturais.

A Abordagem Comunicativa propicia também a construção do conhecimento. A Língua é vista como um instrumento vivo, em constante transformação e não como um conjunto de regras gramaticais a serem decoradas, memorizadas para provas, sem jamais ser utilizada fora de sala de aula.

Aprender é uma maneira de estar no mundo social com alguém, inserido em um ambiente histórico-cultural, ou seja, a edificação do conhecimento é uma empreitada conjunta que é desenvolvida por alunos e professores. A interação social possui um papel vital no desenvolvimento cognitivo, sendo origem e motor da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual.